As
principais teorias do século XIX
A psicologia enquanto a
ramificação da filosofia estuda a alma, a psicologia científica que Wundt preconiza, a psicologia sem alma,
o conhecimento científico produzido no laboratório com uso de instrumento de
avaliação ou mensuração.
1.2.1. Contextualização
Teoria
‒ é
uma opinião sintetizada, é uma noção geral. Do grego “teoria” que no contexto histórico significava
observar ou examinar. Com sua evolução o termo passou a designar o conjunto de
ideias, base de um determinado tema, que procura transmitir uma noção geral de
alguns aspectos da realidade.
Behaviorismo (em inglês:
Behaviorism, de behavior = comportamento,
conduta),
também designado de comportamentalismo,
ou às vezes comportamentismoPB,
é o conjunto das teorias psicológicas que postulam o comportamento como o mais
adequado objecto de estudo da Psicologia.
Tais teorias psicológicas, ou ao menos parte delas, influenciaram a fundação da
comportamentologia (behaviorology), ciência independente da psicologia.
Os campos de conhecimento conhecidos como análise do comportamento
e comportamentologia podem ser considerados como vanguarda das tradições sob o
rótulo "behaviorismo", actualmente em disputa pelo título de "a
ciência do comportamento".
O comportamento é
definido por meio de unidades analíticas, como respostas
e estímulos,
e investigado por meio de diferentes métodos, dentre os quais destacam-se:
- A observação do comportamento em ambiente experimentalmente controlado,
- A observação do comportamento em ambiente natural e
- A interpretação de relações comportamentais orientada por evidências empíricas.
Este conteúdo foi
estudado pelo J.B. Watson entre (1878-1958) e teve a sua aparição com
propósitos de popularizar o behaviorismo, o qual revolucionou a Psicologia como
um ramo que estuda o comportamento do animal e dos seres humanos. E como
definição, Watson propôs que todas as actividades realizadas pelos organismos,
tais como: brincar, pensar e sentir devem por sua vez ser consideradas
comportamentos. Noutros termos, isto significa que os comportamentos podem ser
cientificamente descritos sem recorrer aos elementos fisiológicos internos e
conceitos hipotéticos como é o caso do espírito.
Os
aspectos abordados por Watson eram para todo o efeito opostos aos que foram
abordados pelo estruturalismo. Segundo ele, a Psicologia deve ser objectiva na
sua abordagem sobre os processos mentais e comportamentais, contrariamente aos
ideais mentalistas de Titchener e de seus associados. Watson definiu a
Psicologia como ciência do comportamento (de onde vem o nome behaviorismo). *
Watson propôs uma teoria de
comportamento baseada numa só regra: de cada vez que se apresenta uma resposta,
a tal é ligada a um elemento de estímulo presente no momento em que a resposta
é apresentada.
Os
psicólogos desta abordagem chegaram aos termos “resposta” e “estímulo” para se
referirem àquilo que o organismo faz e às variáveis ambientais que interagem
com o sujeito. Para explicar a adopção desses termos, duas razões podem ser
apontadas: uma metodológica e outra histórica.
A
razão metodológica deve-se ao facto de que os analistas experimentais do
comportamento tomaram, como modo preferencial de investigação, um método
experimental e analítico.
Com
isso, os experimentadores sentiram a necessidade de dividir o objeto para
efeito de investigação, chegando a unidades de análise.
A
razão histórica refere-se aos termos escolhidos e popularizados, que
foram mantidos posteriormente por outros estudiosos do comportamento, devido ao
seu uso generalizado.
Comportamento,
entendido como interacção indivíduo-ambiente, é a unidade básica de descrição e
o ponto de partida para uma ciência do comportamento. O homem começa a ser
estudado a partir de sua interacção com o ambiente, sendo tomado como produto e
produtor dessas interacções.
2.2.1. Behaviorismo clássico
O
behaviorismo clássico partia do princípio de que o comportamento era modelado
pelo paradigma pavloviano de estímulo e resposta conhecido como condicionamento clássico.
Em outras palavras, para o behaviorista clássico, um comportamento é sempre uma
resposta a um estímulo específico. Esta proposta viria a ser superada por
comportamentalistas posteriores. Ocorre de se referirem ao comportamentismo
clássico como Psicologia S-R (sendo S-R a sigla de Stimulus-Response
(estímulo-resposta), em inglês).
É
importante notar, porém, que Watson em momento algum nega a existência de
processos mentais. Para Watson, o problema no uso destes conceitos não é tanto
o conceito em si, mas a inviabilidade de, à época, poder analisar os processos
mentais de maneira objectiva. De fato, Watson não propôs que os processos
mentais não existam, mas sim que seu estudo fosse abandonado, mesmo que
provisoriamente, em favor do estudo do comportamento observável. Uma vez que,
para Watson, os processos mentais devem ser ignorados por uma questão de método
(e não porque não existissem), o comportamentismo clássico também ficou
conhecido pela alcunha de "behaviorismo metodológico".
2.3.1. Neobehaviorismo mediacional
O
behaviorismo clássico postulava que todo comportamento poderia ser modelado por
conexões S-R (Estímulo-Resposta); entretanto, vários comportamentos não puderam
ser modelados desta maneira. Em resposta a isso, vários psicólogos propuseram
modelos behavioristas diferentes em complemento ao behaviorismo watsoniano.
Destes podemos destacar Edward
C. Tolman, primeiro psicólogo do
comportamentalismo tradicionalmente chamado Neobehaviorismo Mediacional.
2.4.1. Behaviorismo filosófico
O
behaviorismo filosófico (também chamado behaviorismo analítico e behaviorismo
lógico) consiste na teoria analítica que trata do sentido e da semântica
das estruturas de pensamento e dos conceitos. Defende que a ideia de estado
mental, ou disposição mental, é, na verdade, a ideia de disposição
comportamental ou tendências comportamentais. Afirmações sobre o que se
denomina estados mentais seriam, então, apenas descrições de comportamentos, ou
padrões de comportamentos em toda a família romana. Nesta concepção, são
analisados os estados mentais intencionais e representativos. Esta linha de
pensamento fundamenta-se basicamente nos postulados de Ryle
e Wittgenstein.
2.5.1. Behaviorismo metodológico
Na
literatura científica, os behaviorismos metodológicos e radical têm sido
comparados não apenas a respeito de suas considerações, ou falta delas, sobre
eventos psicológicos privados, mas também a respeito de seus critérios de
cientificidade.
2.6.1. Behaviorismo radical
Como
resposta às correntes internalistas do comportamentalismo e inspirado pelo
behaviorismo filosófico, Burrhus F. Skinner
publicou, em 1953, o livro Science and Human Behavior que significa (Ciência
e comportamento humano). A publicação desse livro marca o início da
corrente comportamentalista conhecida como behaviorismo radical.
Segundo Nicola (1990:810),
O behaviorismo radical foi desenvolvido não
como um campo de pesquisa experimental, mas sim uma proposta de filosofia sobre
o comportamento humano. As pesquisas experimentais constituem a Análise
Experimental do Comportamento, enquanto as aplicações práticas fazem parte da
Análise Aplicada do Comportamento. O behaviorismo radical seria uma filosofia
da ciência do comportamento. Skinner foi fortemente anti-mentalista, ou seja,
considerava não pragmáticas as noções "internalistas" (entidades "mentais"
como origem do comportamento, sejam elas entendidas como cognição,
id-ego-superego, inconsciente colectivo, etc.) que permeiam as diversas teorias
psicológicas existentes.
Skinner
jamais negou em sua teoria a existência dos processos mentais (eles são
entendidos como comportamento), mas afirma ser improdutivo buscar nessas
variáveis a origem das acções humanas, ou seja, os eventos mentais não causam o
comportamento das pessoas, os eventos mentais são comportamentos e são de
natureza física. A análise de um comportamento (seja ele cognitivo, emocional
ou motor) deve envolver, além das respostas em questão, o contexto em que ele
ocorre e os eventos que seguem as respostas. Tal posição evidentemente
opunha-se à visão watsoniana do behaviorismo, pela qual a principal razão para
não se estudar fenómenos não fisiológicos seria apenas a limitação do método,
não a efectiva inexistência de tais fenómenos de natureza diferente da física.
O behaviorismo skinneriano também se opunha aos neobehaviorismos mediacionais,
negando a relevância científica de variáveis mediacionais: para Skinner, o
homem é uma entidade única, uniforme, em oposição ao homem "composto"
de corpo e mente, ou seja, a visão de homem é a visão monista.
Para Skinner, os comportamentos são
seleccionados através de três níveis de selecção. Os componentes da mesma são:
- Nível filogenético: que corresponde aos aspectos biológicos da espécie e da hereditariedade do indivíduo;
- Nível ontogenético: que corresponde a toda a história de vida do indivíduo;
- Nível cultural: os aspectos culturais que influenciam a conduta humana.
Através da interacção desses três
níveis (onde nenhum deles possui um status superior a outro) os comportamentos
são seleccionados. Para Skinner, o ser humano é um ser activo, que opera no
ambiente, provocando modificações nele, modificações essas que retroagem sobre
o sujeito, modificando seus padrões comportamentais.
A gestalt (do
alemão
Gestalt, "forma"), também conhecida como gestaltismo
(gues), teoria da forma, psicologia da gestalt, psicologia da
boa forma e leis da gestalt, é uma doutrina
que defende que, para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o
todo. Refere-se a um processo de dar forma, de configurar "o que é
colocado diante dos olhos, exposto ao olhar". A palavra gestalt tem
o significado "de uma entidade concreta, individual e característica, que
existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como um de seus
atributos".
A
gestalt, ou psicologia da forma, surgiu no início do século
XX e, diferente da gestalt-terapia,
criada pelo psicanalista berlinense Fritz Perls
(1893-1970), trabalha com dois conceitos: super-soma e transponibilidade. O
psicólogo austríaco Cristian von Ehrenfels apresentou esses critérios pela
primeira vez em 1890, na Universidade de Graz.
Kohler
(1980:89-92),
Um dos principais temas trazido por ela é
tornar mais explícito o que está implícito, projectando na cena exterior aquilo
que ocorre na cena interior, permitindo assim que todos tenham mais consciência
da maneira como se comportam aqui e agora, na fronteira de contacto com seu
meio. Trata-se de seguir o processo em curso, observando atentamente os
“fenómenos de superfície” e não mergulhando nas profundezas obscuras e
hipotéticas do inconsciente – que só podem ser exploradas com a ajuda da
iluminação artificial da interpretação.
De
acordo com a teoria gestáltica, não se pode ter conhecimento do
"todo" por meio de suas partes, pois o todo é outro, que não a soma
de suas partes: "(...) 'A+B' não é simplesmente '(A+B)', mas sim, um
terceiro elemento 'C', que possui características próprias". Segundo o
critério da transponibilidade, independentemente dos elementos que compõem
determinado objecto, a forma é que sobressai: as letras r, o, s, a não
constituem apenas uma palavra em nossas mentes: "(...) evocam a imagem da
flor, seu cheiro e simbolismo - propriedades não exactamente relacionadas às
letras."
Max Wertheimer
(1880-1943), Wolfgang Köhler
(1887-1967) e Kurt
Koffka (1886-1940) foram os criadores das leis
da gestalt. Wertheimer pôde provar experimentalmente que diferentes formas de
organização perceptiva são percebidas de forma organizada e com significado
distinto por cada pessoa. Como pode ser visto nas figuras do Cubo de Necker e
do Vaso de Rubin. O todo é maior do que a soma das partes que o constituem. Por
exemplo: uma cadeira é mais do que quatro pernas, um assento e um encosto. Uma
cadeira é tudo isso, mas é mais que isso: está presente na nossa mente como um
símbolo de algo distinto de seus elementos particulares.
Psicanálise
É
um ramo clínico teórico que se ocupa em explicar o funcionamento da
mente humana, ajudando a tratar distúrbios mentais e neuroses. O
objeto de estudo da psicanálise concentra-se na relação entre os desejos
inconscientes e os comportamentos e sentimentos vividos pelas pessoas. A teoria
da psicanálise, também conhecida por “teoria da alma”, foi criada pelo
neurologista austríaco Sigmund Freud (1856 – 1939). De acordo
com Freud, grande parte dos processos psíquicos da mente humana estão em estado
de inconsciência, sendo estes dominados pelos desejos sexuais.
Os
princípios básicos desta teoria desenvolvida por Freud estariam sintetizados
nas três principais obras publicadas pelo neurologista: “Interpretação dos
Sonhos” (1899), “Psicopatologia da Vida Quotidiana” (1904), e “Três Ensaios
sobre a Teoria da Sexualidade” (1905). Fonte: https://www.significados.com.br/psicanalise/
O
estudo de Freud representa a chamada “teoria geral da personalidade”,
que consiste num método de psicoterapia. Para que haja o correto entendimento
dos processos mentais a partir da óptica da psicanálise, é necessário
distinguir os três níveis de consciência do ser humano:
·
Consciente: é o estado em que sabemos (temos consciência) daquilo
que pensamos, sentimentos, falamos e fazemos. São todas as ideias que os
indivíduos estão cientes de existir / pensar;
·
Pré-consciente: é o estado das ideias que estão inconscientes, mas que
podem voltar a ser conscientes, caso haja o correto direcionamento da atenção
dos indivíduos para elas. Os pensamentos que se encontram neste estado, por
exemplo, podem ser percebidos a partir dos sonhos;
·
Inconsciente: onde ficam guardados todos os desejos e ideias reprimidas,
censuradas e inacessíveis ao estado consciente, mas que acabam por afectar os
comportamentos e sentimentos dos indivíduos.
Segundo
Monteiro (1999:17-18), Assim, a partir da observação, o psicanalista consegue
identificar vestígios de traumas, desejos ou ideias que tenham sido reprimidas
para o inconsciente do paciente e que, como consequência, provoquem distúrbios
comportamentais e neuroses.
Formação da Inconsciência
Ainda
de acordo com a Teoria da Psicanálise de Freud, o inconsciente
humano é subdividido em três elementos que auxiliam no equilíbrio e regulação
do comportamento do indivíduo (Idem).
·
Id: onde se encontram os instintos e pulsões relacionados
ao prazer, como os desejos inconscientemente carnais, materiais e sexuais;
·
Ego: caracteriza a personalidade de cada indivíduo, agindo
como o equilíbrio do Id (princípios dos prazeres inconscientes) e do superego
(as regras morais que limitam a extravagância do Id);
·
Superego: monitora a mente humana, mantendo-a sempre alerta aos
princípios da moral, evitando que ocorram desvios exagerados em direcção ao Id.
* Segundo
Okumu (s/d:19), Confiança
no método experimental trazida por Watson, atraiu muitos defensores, entre eles
personalidades como o Skiner, conhecido como o mentor de condicionamento
operante, Hull, que desenvolveu o método hipotético-educativo na teoria de
aprendizagem educativa e Guthrie que também sentiu-se atraído pelas ideias de
Watson.
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